terça-feira, fevereiro 21, 2012

Eu e as doenças...

...damo-nos muito bem! Parecemos unha com carne, tal é a simbiose. Todos os anos acontece-me alguma coisa diferente e questiono-me frequentemente se já não chega, porquê eu, mas que é que eu fiz para merecer isto e qual será a próxima... sim, porque irá haver próxima, nem vale a pena pensar o contrário.

Eu sei que estou a ser dramática, derrotista e talvez um pouco exagerada, mas a verdade é que raramente falo sobre isto, não me queixo frequentemente, nem sou hipocondríaca e tento ter sempre um sorriso na cara, no entanto, há dias e dias e hoje apetece-me queixar, apetece-me fazer de coitadinha, enrolar-me em posíção fetal e não fazer nada.

Começou quando eu tinha +/- 17/18 anos, dei um jeito às costas e andei uns dias com dores na zona lombar, consulta no centro de saúde, TAC, resultado hérnia discal junto ao nervo ciático.

Hoje em dia já é uma coisa comum, sabe-se que a maior parte dos portugueses tem um hérnia ou mais e é algo com que se aprende a viver, evitando algumas más posturas e fazendo exercícios que reforcem a zona lombar, contudo não é algo que uma jovem adulta queira no seu CV, certo?

Depois em Janeiro de 2009, após uma série de exames e consultas diagnosticaram-me Doença de Chron, uma doença crónica, auto-imune, que exige a toma diária de comprimidos, análises ao sangue e consultas de rotina de seis em seis meses. Também vivo bem com a doença, não afecta muito o meu dia-a-dia, mas é chato saber que vou ter de viver com isto para o resto da minha vida.

Em Maio de 2009 fiz uma pequena cirurgia, culpa do Chron, a uma fístula perianal. A operação em si não custou muito, nem a recuperação, o momento mais doloroso foi mesmo a anestesia. Ora, eu sou uma pessoa que tem alguma (muita vá!) gordurinha abdominal, no entanto, no resto do corpo até sou "normal" e as mãos em especial são pequeninas (tipo miúda de seis anos) e são praticamente pele e osso, com veias muitooooo fininhas e foi precisamente nas minhas mãos que a enfermeira tentou inserir o catéter para administrar a anestesia. Escusado será dizer que ela tentou em ambas as mãos, mais que uma vez e não conseguiu inserir a agulha. Eu já estava numa posição pouco confortável, não conseguia desviar os olhos das minhas mãos e da agulha, aquilo doía para caraças e vê-la a tentar sem conseguir só me dava mais dores, já eu chorava baba e ranho quando se optou pela anestesia local que não doeu menos. Foram, até agora e que eu me lembre, os piores trinta minutos da minha vida. Tinha 21 anos.

Quando diagnosticaram o Chron, além dos comprimidos, foram aconselhadas a toma de injecções na barriga, de 15 em 15 dias, que eu administrava a mim mesma. Era um pouco doloroso, mas suportável, o chato era ter de ir constantemente ao hospital para levantar a embalagem de seringas e ter mais uma consulta, com um médico diferente para saber como me estava a dar com as injecções. Durante o tempo em que levava as injecções a minha menstruação parou, o que me levou a pensar que seria culpa daquele tratamento, mesmo que os médicos dissessem que não, mas eu já estava farta daquela rotina e por auto recriação deixei as injecções, todavia a menstruação não voltou e surgiram outros sintomas.

Entretanto, em 2010, no dia 10 de Outubro (10/10/10 - nc mais me vou esquecer!), acordei com o lado direito da cara paralisado. Era domingo, estava um dia bonito, tinha planos para a tarde com a minha irmã, que acabaram por ser preteridos devido a uma vìsita às urgências. Foi a primeira e única vez que andei de ambulância e posso dizer que foi assustador, não pela situação em que me encontrava, mas porque a condução do motorista foi aterradora lolol
Já nas urgências descobri que tinha uma Paralisia de Bell, ao menos não tinha sido um AVC, já que nos casos de AVC a recuperação da paralisia não é certa, mas na Paralisia de Bell a recuperação é total. Tomei cortisona durante uma semana e fiz fisioterapia durante dois meses. Estive de baixa durante quinze dias, pois devido à paralisia o meu olho direito não piscava, o que tornava o meu trabalho frente ao computador dificil, já que o olho secava e passado um tempo já não conseguia focar.

Felizmente não ficaram nenhumas sequelas, mas é algo de que me lembro sempre que acordo.

Como este post já está muito grande vou abreviar dizendo que a última doença que me diagnosticaram foi em Julho de 2011. A ausência de menstruação, a alopecia, o hirsutismo, tudo sintomas que eu apresentava, eram culpa do síndrome dos ovários poliquísticos, que foi descoberto através de um ecografia e confirmado por análises ao sangue. O tratamento é simplesmente a toma regular da pílula e exercício físico. Ah, também é uma doença crónica, que em casos mais graves leva à infertilidade, mas para já não quero pensar nisso, apesar da cara metade já começar a insistir em ter um bébé. Enfim... i'll cross that bridge when the time comes.

 E pronto, é este o meu historial médico, falta só a miopia e a propensão para a diabetes, que receio desenvolver caso engravide, mas isso é tema para outro post.

Tudo isto para dizer o que realmente me está a chatear, que é uma dor no ouvido esquerdo, possível otite, que me põe a ouvir tudo em modo zunidos de abelha, isto a menos de dois dias da minha viagem a Madrid.

Obrigada karma, destino, genética por tornares a minha vida tão cheia de eventos... 

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